quarta-feira, novembro 07, 2007

Carteirista simpático?

Um dia destes e como é hábito diário, telefonou-me a filhota.
Estranhei a hora do telefonema e perguntei logo:
- Então não saíste ontem?
- Saí sim, fomos ao Bairro Alto mas sabes, devo ter esquecido a carteira no táxi…
- Ah, pois, está claro que esqueceste. Aliás é ÓBVIO que esqueceste…Blá, blá….
- Mãe, eu sei que ando sempre de mala aberta, mas trazia lá a écharpe, o casaco e a bolsa…Blá, blá...Era impossível descobrirem a carteira no meio daquilo tudo.


Depois de muito tempo, dinheiro e paciência perdidos a renovar documentos, cancelar outros etc… Cerca de 3 semanas depois, apareceu a carteira.
Foi levantá-la à esquadra numa 3ªFeira à tarde.
Na 4ª Feira, à hora de almoço, ‘perde’ novamente a carteira. Frustrada, telefona ao namoradito.
Nervosa anda de telmóvel no ouvido dum lado para o outro, desfaz-se em lágrimas, chora, chora..Com que cara vai contar em casa que já não tem outra vez carteira?…E aí surge um senhor simpático:
-A menina perdeu a carteira?...Será esta?
-AI ÉEEEE SIMMMMM !!! : )))
-Ela só lá traz uns troquitos….
-Eu sei…Eu sei…BRIGADAAAAAAAA


E com isto, ninguém me tira da cabeça que ela, quase abraçou o carteirista, que muito admirado com o chamfrim feito por vinte e tal cêntimos se deixou comover.

Para a minha filha ele foi um anjo, para mim foi um diabo disfarçado de anjo….Ou seja, podem se tirar duas ilações opostas:
- Nem todos os sorrisos são amigos ou
- Nem sempre os sorrisos são correctamente julgados.

19 Comentários:

Blogger Pascoalita disse...

Xiiiii como tou desactualizada! Ontem esqueci de perguntar e tu de me dizer que afinal tinha aparecido (refiro-me à primeira vez, pois desconhecia que tinha havido uma 2ª vez eheheh)

Mas bem sabes que é a passar pelas coisas que aprendemos e vá lá que ela tem tido sorte, apesar de tudo.

Ficará sempre a dúvida se de facto o tal senhor simpático era mesmo o carteirista, mas é o mais provável.

Nos tempos que correm, e por mais que nos custe admitir, devemos mesmo sentir-nos gratos ao "carteirista com uma réstea de escrúpulo" que se limita a ficar apenas com o dinheiro, devolvendo-nos a carteira c/documentos.

8/11/07 9:10 da manhã  
Blogger Mexicano Tarado disse...

Cá pra mim, o senhor simpático devia ter sido gratificado sim, no mínimo merecia uma beijoca bem repenicada da pequena, por ter "encontrado e devolvido" a carteira da menina eheheheheh

8/11/07 9:15 da manhã  
Blogger Cusca Endiabrada disse...

O que eu acho é que já não há respeito pelo "trabalho" de algumas classes!

Não achas que essa carteira anda muito "mixa" ? Não dá pró trabalho de a abrir, canudo!
Qualquer dia, vai parar às mãos dum carteirista que fica tão comovido que inda tem de lá deixar uns troquitos, fruto do seu trabalho eheheheh

8/11/07 9:25 da manhã  
Blogger Rui Caetano disse...

POis é, os sorriso nem sempre trazem atrás as boas intenções que seria de esperar.

8/11/07 11:26 da manhã  
Blogger Unknown disse...

Vou-te contar uma história.
Há uns anos atrás, num final de tarde chuvoso, encontrei à entrada de um centro comercial, uma carteira de senhora, daquelas ‘gordas’ e compridas que levam de tudo, cartões, dinheiro, papeis, algumas até WC têm, tu sabes.

Ainda andei por ali a ver se encontrava alguém com aspecto de quem tivesse perdido a carteira, sem resultado. Fui para o carro, e pesquisei o seu interior com o intuito de encontrar algo que me permitisse entrar em contacto com a dona. A carteira estava de facto carregada, catões de crédito, identificação, cerca de 100 euros em dinheiro, e um cartão de um telemóvel, daqueles com referêcia Multibanco para carregamentos. Com o número do telemóvel entrei em contacto com a senhora que se desfez em agradecimentos, e como eu não tinha disponibilidade até à hora do jantar, combinámos encontrar-nos depois, à noite, num café ali perto do centro comercial.

Á hra marcada lá estava eu, na entrada do café, de impermeável vermelho, como lhe tinha referido que levaria vestido para ajudar na identificação. Chegou então a senhora, acompanhada com o marido, o marido com dois amigos, e mais dois polícias.

Só te digo que fui rodeado por aquela gente toda, a senhora entretanto confirmou ali à minha frente o conteúdo da carteira, CONTOU O DINHEITO COM ESPECIAL RIGOR, e começou então um interrogatório de tal forma agressivo, começando pelo marido passando pelos polícias, até os amigos tiveram oportunidade de lançar umas larachazinhas.

A questão central era, porque razão teria eu marcado o encontro para a noite, e a secundária era se por acaso não teria eu retirado dados pessoais dos documentos da senhora, para posteriormente os usar. Segundo a polícia, eu nunca deveria ter aberto a carteira, nem ter retirado, e concretamente neste caso, o número do telemóvel, deveria ter entregue a carteira numa esquadra, ou a uma patrulha da polícia.

Só te digo que cheguei a casa por volta da meia-noite, depois de ter passado pela esquadra para deixar assinadas duas declarações, uma em relação ao objecto encontrado, sequestrado, (leste bem, sequestrado) e devolvido, e outra, acerca dos dados contidos e abusivamente retirados da carteira, (o número do TM), E NEM UMA MERDA DUM OBRIGADO ME DISSERAM.

Hoje em dia tenho uma determinação muito específica em relação a situações deste género, carteiras perdidas, passo-lhes por cima, e se tiver oportunidade ainda lhes dou um chuto, para no caso de terem dinheiro e este se espalhar, apanho-o e dou-o ao primeiro pobre que se cruzar comigo.

Eu sei que pura e simplesmente podia seguir o conselho das autoridades, (entregar os objectos perdidos nas esquadras da polícia), mas como não sou uma pessoa perfeita, essa recomendação nunca a irei seguir, a natureza humana que me rege é a mesma que rege um qualquer polícia, e a natureza dele não é melhor que a minha.

Se para um crime público, como violência doméstica, roubo na via pública, agressão, etc., eu, como cidadão tenho deveres públicos, esse conceito alargado de responsabilidade na cidadania, deve-se estender à responsabilidade particular de partilhar um meio de contacto, ainda para mais, a favor da propriedade privada na ‘pessoa’ da carteira, documentos, etc., pertença daquele outro cidadão.

Num estado de direito como o nosso, esse vínculo jurídico-político, não me constitui unicamente perante obrigações, é imperativo que os direitos sejam respeitados, nem a a constituição do direito a decidir o meu ‘modus operandi’ em relação aos conceitos do correcto e justo na sociedade, e atençaõ, não há lei, nem está nada estipulado nela, que oriente esse modus operandi, é uma questão de ‘lógica, bom-senso, segurança, privacidade’, termos utilizados lá, com convicção.

Somos tão ‘pequeninos’ a argumentar e tão pequeninos a INTREPERTAR os argumentos.

Por tudo isto concluo, era com certeza um diabo disfarçado de anjo e nem todos os sorrisos são amigos.

8/11/07 2:17 da tarde  
Blogger Teté disse...

Olha, neste são dois posts: o teu e o do jotabê.

Em relação ao teu, penso que restam poucas dúvidas de quem era o carteirista. Mas que tinha bom coração, ao prescindir de 20 cêntimos para não ver a tua filha chorar, lá isso... E já agora, porque é que ela anda sempre de mala aberta? Não sabe que isso é um "convite"?

Em relação ao do jotabê, ele há gente para tudo. Mas por causa de uma debilóide, não se deve agir igualmente. Ao meu marido já encontraram a carteira na rua, telefonaram a dizer onde ele a podia ir buscar (a casa do indivíduo, num bairro um pouco mal afamado) à noite, fomos os dois assim um pouco com receio, estava lá tudo dentro e agradecemos imenso. Não era tanto por causa do dinheiro (seriam talvez uns 30/40 euros), como pela chatice de tirar as papeladas todas novamente, dos compassos de espera, etc. e tal. Gente mal formada há sempre, suponho que essa dita "senhora", com esse feitiozinho, ainda há-de levar umas boas ripadas na vida. Que é como quem diz, "cá se fazem, cá se pagam". A história do sequestro é completamente ridícula. E não, nunca iria pôr uma carteira a uma esquadra: sabia lá eu se o polícia teria cola nas mãos? Eu, sei que não tenho...

Jinhos a ambos!

8/11/07 2:49 da tarde  
Blogger Pascoalita disse...

eheheheh tou como diz a teté, são 2 posts! E o do Jotabê inda é mais maio r grande eheheheh

Eu sou do tipo artolas mesmo, sabem? Diria quase masoquista incorrigivel e dificilmente aprenderei eheheh

Há cerca de 2 anos, às 7,30 da manhã, encontrei um porta-cartões
no chão, sob um carro com um cartão multibanco lá dentro. Claro que podia pura e simplesmente entregá-lo no respectivo banco, mas fiz questão de averiguar quem era a dona (uma miúda de 17 anos que não conhecia) e entregar-lho pessoalmente!
A última cena em que estive envolvida até já aqui falei nela por alto ...
Num dia à tardinha, creio que por esta altura do ano, chuviscava, tinha saído do trabalho, começava a escurecer e seguia a pé em direcção ao metro do Saldanha. Ao atravessar a rua vejo uma pasta A4, de cabedal no chão e vários papeis timbrados e dactilografados a esvoaçarem, os carros a passarem-lhe por cima e igualmente as pessoas passavam apressadas sem ligar.

Parei e com alguma ginástica no meio do trânsito, consegui juntar toda a papelada que recolhi dentro de um saco de plástico que levava.

Entrei no metro que àquela hora vai sempre cheio e por isso não deu jeito ver do que se tratava. Só no autocarro, calmamente, pude dar uma vista de olhos ao conteúdo da pasta, percebendo que se tratava de assunto com alguma importância e confidencialidade. Havia uma espécie de fichas com moradas, contactos e todo o tipo de dados pessoais de várias pessoas que percebi não serem donos da pasta e alguns cartões pessoais.

Apercebi-me logo do seu valor e a minha preocupação era entregá-los à pessoa certa, pelo que tive de ler uma carta dirigida ao titular de um dos cartões para não ter duvidas.

Peguei no meu telélé e liguei. O sujeito estava a entrar na garagem e ainda não dera por falta da pasta! Como eu já me distanciara de Lisboa e seguia a caminho de casa deixando-o para trás, combinei que lhe ligaria no dia seguinte de manhã cedo, tendo tido o cuidado de o sossegar que a documentação estava em boas mãos.
Assim fiz. Tomei o meu peq almoço e a seguir liguei-lhe, eram 8 horas.

Como ele demorava a chegar como propositadamente o meu número não estava visível ainda lhe liguei uma 3 vez com receio de que não desse com o sítio onde eu o esperava.
Por fim lá apareceu para receber a pasta, agradeceu-me a gentileza e apressou-se a murmurar:

- "Olhe, se por acaso leu alguma coisa do que esta nos papeis, veja se não divulga"

Isto chocou-me, sabem? Não queria nenhum pagamento, até tive o cuidado de tomar o peq almoço antes de lhe ligar não fosse o sujeito sentir obrigação de mo pagar, mas fiquei lixada com o seu pedido!
Achei que depois de ter sido tão cuidadosa, tão socialmente correcta, tão boa cidadã, aquilo tinha sido desnecessário.
Mas, enfim ... acabei por entender até porque percebi que o homem era tímido e estava aflito e pouco à vontade.

Depois, ele não me conhece, não sabe nada de mim, nem o que faço nem a minha forma de estar e agir ... acabei por relevar ... afinal, pensando bem, podia ter-me chamado bisbilhoteira e em vez disso até me agradeceu eheheheheh

8/11/07 10:50 da tarde  
Blogger Pascoalita disse...

xiiiiiiiiiii agora são 3 post ahahahahahah já num digo mai nada!

8/11/07 11:05 da tarde  
Blogger Ahlka disse...

Pascoalita, 'no antigamente' os ladrões tinham ética, abandonavam em local bem visível o que não lhes interessava. Hoje isso já não existe nas pessoas consideradas honestas, quanto mais nos carteiristas e afins!
Aliás a minha filha admirou-se com o facto de se darem ao trabalho de voltar a arrumar as papeladas e documentos todos depois de retirar o dinheiro. Ela acha que o 'normal' seria irem tirando o que não lhes interessava semeando aqui e ali ao acaso.

Mexicano, o sorriso num rosto cheio de lágrimas deve ser, já de si gratificante :)

Cusquinha, ela já estava vacinada, só trazia o BI antigo, o Bilhete de comboio (acabdo de comprar) e troco recebido dessa compra. Já nem anda com o MB, levanta todos os dias uma notita.
Mas olha que, apesar de ser uma péssima gestora de fundos, ela é uma óptima angariadora de fundos...Não me admirava nada que 'cravasse' um carteirista :))

Rui, há uma velha expressão que nos relembra que sempre foi assim: «Quem vê caras, não vê corações» :)

Jotinha, que história!
Parece quase humor nonsense, mas imagino que não lhe tenhas achado piada nenhuma.
Encontrei há muitos anos, uma carteira e fiz o mesmo, telefonei e a pessoa foi buscá-la lá a casa.
Também perdi uma e mais uma vez o procedimento foi o mesmo, trazia lá o cartão de estudante, ligaram para o estabelecimento de ensino que lhes deu o meu contacto.
Pelos vistos somos todos uns sequestradores natos! :))
Só uma nota: O Sr simpático que deu a carteira à minha filha não tinha gabardine vermelha. Portanto os casos nada têm a ver um com o outro...;)..Hehehe...Não acredito que não tenhas dado uma ferroadazinha naquela gente ;)

Teté, O senhor tem de facto bom coração ;)
A mala aberta é falta de calo, ainda pensa que qualquer um sabe que estudante não tem dinheiro. Só se preocupa em mudar de telemóvel em certas ocasiões.
Lembro-me dela andar com um que já não tinha teclado, escrevia as msg com um gancho ;)

9/11/07 12:04 da manhã  
Blogger Ahlka disse...

E lá vão 4! Quanto mais vos leio, mais acho que estou a ser injusta com este simpático senhor :))

Quanto estava para colocar o meu, a Pascoalita ainda não tinha escrito nada, tocou o telefone....
...
Pois, é. Quase 2 horas de Blá bla blá... ;))

Boas noites!

9/11/07 12:11 da manhã  
Blogger Laura disse...

Credo, meu querido Jotinha, que puta de mulher, devias ficar com os cem euros ela tinha muito e devias deitar a carteira fora, cabrona de merda, olha so o que passaste, mas que gaja maluca e o marido idem fosga-se eu desatava a berrar no meio da rua e chamava a sic rápidamente, arre, passei-me com isto... por essas e outras muita gente nem é ajudada... Beijinhos ó mê jotinha.
A tua filhota tem de abrir os olhos e fechar a carteira ehhhhh , eu já evitei dois roubos assim, com amigas minhas de carteira ao ombro e aberta e o ladrão ao lado a preparar-se..foi giro...

9/11/07 10:54 da manhã  
Blogger Laura disse...

Então a nina tarda em vir a casa da laura...é fim de semana é? já estás estirada na espreguiçadeira? ainda é cedo, vai ao pc nina e ri-te comigo...

9/11/07 9:37 da tarde  
Blogger Vitor Lopes disse...

As malas das senhoras são como as cabeças dos homens.....
Nunca se sabe o que sai de dentro delas.....

9/11/07 9:47 da tarde  
Blogger ... disse...

Doce Alkha


Um sorriso é sempre bom, agora a ocasião em que é dado é que pode fazer a diferença ? Veja-se o caso do retrato da Gioconda, é um sorrios inigmático porque não se percebe o enquadramento do mesmo.

Mas o que é que estou a dizer é melhor estar calado.

Boa noite para si.


Um bjs, que desta vez, aviso-a, é melhor não devolver. Não concorda?



...

9/11/07 10:38 da tarde  
Blogger Ahlka disse...

Hehhe Laurita, não tens mesmo papas na lingua! :))
Já estou a 'ganhar balanço' para um soninho na cama e não na espreguiçadeira, porque amanhã vou trabalhar ;)

Vitor, percebi bem? disseste aS cabeçaS, né?
Eu sei que vocês foram favorecidos nessa atribuição, mas
sabendo eu o que sai da minha mala, assustaste-me com o género masculino ;))

9/11/07 10:45 da tarde  
Blogger Ahlka disse...

Adriano, só devolvo se fizer chinfrim com lágrimas de verdade, só assim esqueço o risco ser acusada de sequestro dum beijo :))

9/11/07 10:51 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Eu não sabia o que era um carteirista e perguntei ao meu avô.
Felizmente que aqui não é como em Lisboa ou Fátima, se não já terias sabido disse-me ele a rir.
Não percebi porque ele se riu.

Fico contente porque a tua menina assim já está mais feliz depois de tantos azares.
Bom fim de semana e um beijinho.

10/11/07 12:01 da manhã  
Blogger Pascoalita disse...

Boa noiteeee

Estou em papas de tanto bulir hoje! E amanhã inda vai ser pior.

Passei só para desejar que tenha sido um bom dia, com "estiradela na espreguiçadeira, no sofá ou na cama" ... há gente com sorte, canudo!
Hpje vou dormir mais cedo

bjitos

10/11/07 8:33 da tarde  
Blogger Ahlka disse...

Olhó menino Bernard! Ai ai, que à meia noite, o avô do menino já devia tê-lo deitado e contado uma história de embalar...Pergunta-lhe porquê que ele explica :)

Pascoalita, parte do dia foi a trabalhar, outra parte foi a dar uma valente 'coça ao sofá' (como um nosso ilustre amigo disse).
Bom resto de fds para ti tb :)*

10/11/07 10:24 da tarde  

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