quinta-feira, setembro 27, 2007

Amor versus Amores

A mulher cresce a ler contos de fadas que acabam sistematicamente com a frase :
«E viveram felizes para sempre..»
Logo, alimenta um eterno romantismo que faz dela uma 'Balzaquiana', mais ou menos assumida, mas sempre 'Balzaquiana'.

Este pensamento vem na sequência da letra duma música que não consegui ignorar:

«Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi,
hei-de inventar contigo»

Qual a mulher que nunca sonhou ouvir isso, fora do ‘estado de paixão’?

Para usar as palavras da Pascoalita, com uma frase destas, também eu ia aos figos :))

19 Comentários:

Blogger Laura disse...

Então já somos 3 de cesta na mão para ir aos figos...começamos por onde? Algarve? madeira, China? hum, sempre defendi que o produto Nacional é que é bommmmmmmmmmmmmmmm...
Eu pedi para por essa musica que uma amiga gosta muito, porque eu nem ouço, só por vezes coloco os auscultadores...

27/9/07 11:11 da tarde  
Blogger Unknown disse...

"...faz dela uma 'Balzaquiana'...",

faz dela uma trintona?! Não percebi, bem, adiante

não são só as mulheres que sonham ouvir isso, eu cresci, não com contos de fadas, mas à porrada nas hortas do meu bairro, e se ouvisse uma coisa dessas duma mulher era bem capaz de trepar pela figueira acima, não sei se estás a ver a coisa...

:)

28/9/07 12:40 da manhã  
Blogger Laura disse...

Ehhh o nosso jotinha..então tens falta de sensibilidade, para isso é preciso que a figueira te deixe trepar, olha que elas são manhosas e não reparas que sais de lá todo com umas impressões na pele?...hum...

28/9/07 7:04 da manhã  
Blogger Pascoalita disse...

Alkinha,

Palpita-me que há "nuvens negras" na tua zona. O "Outono" vai avançado por aí???

Os "figos", qdo de boa qualidade, são "remédio santo" eheheh
O pior é que é uma fruta cada vez mais rara eheheh
Cada vez mais me convenço de a classificação de "balzaquiana" nos acenta que nem luvas.

Nem de propósito, ontem vi na tv o programa da julia pinheiro em que o tema era "a mulher da minha vida" e as declarações de amor eterno foram uma constante.
Um dos intervenientes declarava olhos nos olhos:

"- Cresci contigo, estudámos juntos, vivemos juntos há mais de 20 anos ... que Deus nos permita que partamos juntos"

Amor, sentimento de posse, ou receio de perda? mas lá que é bonito de ouvir até mesmo qdo a destinatária não somos nós ...

1 bjito ...
hummm acho que estamos a precisar dum chazito daquele que a cusquinha serve lá na sua palhota eheheh

28/9/07 8:09 da manhã  
Blogger Laura disse...

Ehhh o mê paizinho amava a minha mãezinha, muito muito, fazia poemas pa ela que eu guardei que ela deixava tudo ao monte..cantava pa ela andavam de mão dada, dava rosas do jardim levava pequeno almoço á cama porque ele na dormia bem e levantava-se e ia regar o jardim lá plas 5 da matina (tenho a quem sair pa regar) ia à janela dar-lhe coisas da horta e aproveitava e dava um jinho, ele era um romântico como a mim ehhh mas ela nem por isso, so convencida e sempre do contra como ele dizia..mas acredito que está à espera dela do outro lado para continuarem a jornada, juntos...
Claro que ainda há muitos casais que se dão bem, embora os que nós conhecemos, alguns digam isso, e..sabemos muito bem que não são assim tão felizes como nos querem fazer crer, mas isso é lá com eles, só que se eu peco pela sinceridade, há quem peque pela hipocrisia...
Fora o Senhor João e a D. Sofiazinha, esses sim...

Pascoalita a cesta pós figos? qual chá da cusca? a gente quer figos mesmo, na gosto de muito maduros, tem de ser em estado comestivel, nada de verdes...

Eu passo ai a que horas? hum, quem mais quer vir apanhar cestrolas de figos?

28/9/07 12:13 da tarde  
Blogger Laura disse...

Tamém num sei o que é balzaquiana, mas deve ser qualqer coisa das cortes antigas, dos reis e rainhas, por ali...

28/9/07 12:13 da tarde  
Blogger Teté disse...

Então, aqui vai: uma balzaquiana é uma mulher de trinta anos. Isto porque Honoré de Balzac escreveu um livro intitulado "A Mulher de 30 Anos" e a expressão balzaquiana caíu em voga, para designar todas as mulheres na casa dos 30. Resumindo, balzaquianas são todas as mulheres, entre os 30 e os 39 anos. Portanto, não se pode ser balzaquiana para sempre... o que se calhar é pena! Eh, eh, eh!

Mas ouvir palavras bonitas, doces, suaves, carinhosas, ternas, quem não gosta? Homem ou mulher, acho que aí não há diferença...

Jinhos e bom fim-de-semana!

28/9/07 5:46 da tarde  
Blogger Carlos II disse...

Está explicado o que é uma balzaquiana por teté. Bem, a ser assim como Balzac descreve uma mulher de trinta anos, até eu ia aos figos. Mas...

Falta de leituras Laura e Jotabê

28/9/07 9:09 da tarde  
Blogger Ahlka disse...

Laurita, apesar de não concordar, não quero criticar quem se mantém num casamento falhado, cada um terá as suas razões… O que questiono é o facto de homem e mulher não procurarem o mesmo numa relação, isso é frustrante para ambos os sexos.
A frase que citei é o exemplo em que os interesses convergem, e isso é tão raro que até fiquei pensativa….

Jotinha, o termo balzaquiana está, de facto associado ás trintonas mal amadas, mas tem na realidade um alcance muito mais amplo. A Mme Bovary, para além de ser uma trintona, representa a mulher que cresceu sonhando com o seu príncipe, desiludida com a sua realidade, não conseguiu deixar de sonhar deixando assim de viver a vida.
No fundo, a Mme Bovary existe no subconsciente de cada mulher, simplesmente porque o homem nunca terá as características idealizadas pela mulher visto terem tido educações e genes diferentes. Gostava de saber até que ponto depende da educação ou dos genes....Mas olha,trepa trepa que nós seguramos na cesta! ;)

Pascoalita, as nuvens negras que por aqui pairam são apenas profissionais.
Lembrei-me deste assunto, porque ia no carro a ouvir esta música, apreciando a paisagem, quando surgiu uma pomba branca no meu campo visual…..Espectáculo lindo para partilhar, e lembrei-me de como seria bom homens e mulheres olharem na mesma direcção, verem o mesmo, verem ambos a pomba branca : )

Teté e Carlos II, o título original é ‘Madame Bovary’, a tradução livre para 'A Mulher dos 30 anos' é que restringiu o termo de balzaquiana às trintonas. No fundo ser balzaquiana é ter aspirações românticas, deparar-se com a realidade e não se conformar com ela.

Bem, resumindo, vamos todos ao figos, mas como teimo em afirmar que homem é diferente de mulher, que tal ficarmos as 4 cá em baixo de cesta na mão enquanto os meninos trepam? ;))

28/9/07 9:52 da tarde  
Blogger Teté disse...

Ahkla, "A Mulher de 30 anos" foi sim escrito por Balzac (1799-1855) e "Madame Bovary" (publicado em 1857) foi escrito por Gustave Flaubert, livro este que deu grande polémica na época, porque trata o tema do adultério, no feminino.

Desculpa insistir, mas eu li os dois já há muitos anos, do primeiro não me lembro quase nada, a não ser que Balzac elogiava as mulheres dessa idade, por considerar que a maturidade lhes ficava bem.

E claro que ambos os escritores são considerados românticos (descreviam os frous frous das saias das mulheres e fidalguia também não faltava nos seus romances), se bem que alguns considerem que foram os percursores do realismo.

De qualquer das formas, suponho que a blogosfera também serve de partilha de conhecimentos variados, de maneira nenhuma uma mania de intelectualóide baratucha a puxar de galões... nem sei de quê! Já provei um phisális e vi cajús no seu arbusto à conta da Pascoalita, ainda não experimentei uma receita que a Laurinha fez e que me pareceu deliciosa. É assim a troca e partilha, penso eu...

Jinhos!

28/9/07 10:57 da tarde  
Blogger ... disse...

Doce Alka


Se quer figos então eu trabalho nesse ramo.

Qual o sabor que prefere ?
Existem uns com uma cor lilás que são uma delicia.

Sabe que os figos depois de secos também são muito saboros, são aquilo a que se chama de passas.

Quanto ao resto basta perguntar que eu responde se é assim tanto o interesse.
Não vale a pena tirar conclusões precipitadas de um comentário, são isso apenas :

Comentários e opiniões, pelo menos da minha parte sem qualquer valor.

Cumprimentos e quanto a detectives prefiro o moita flores.



Um bjs secreto.

Ora esse .....



....

28/9/07 11:05 da tarde  
Blogger Laura disse...

Ehhh eles vão apanhar os figos e encher-se de bicharocos da árvore? hum..
menino carlos já li madame Bovari há imenso tempo e leio muito,em português e espanhol...qualquer dessas linguas não tem segredos para mim, apesar de surda!.. até consigo escrever belas poesias só com a minha 4 classe..Claro que pensei logo no Honoré de Balzac...e...

Alkinha essa de vivermos com quem não olha para o mesmo lado, eu bem me questiono,mas apenas estou a dar tempo ao tempo e depois..vou apanhar figos para outro lado...


Té té é isso, partilha e partilhar, coisa boa e claro que há uns mais sábios e outros nem tanto...enfim...

28/9/07 11:16 da tarde  
Blogger Ahlka disse...

Mau!
Tiram-me logo duas certezas de uma vez só?

Teté, as histórias são semelhantes, o escandalo da Mme Bovary foi muito mais empolado, ficou-me no ouvido, são leituras dos meus 14 anos, já lá vão mais de 30...troca mais troca...Leia-se Bovariana sempre que escrevi balzaquiana (nem sei se li as mulheres de 30 anos) ;)

E.Adriano, não me tire outra certeza, que isso é frustrante.
Quanto a figos, tenho uma figueira dessas...Um dia destes, mesmo sem frase bonita, andei a eles :)

Laurita, certifica-te antes que não estás com 'Sindroma Bovariano' ;))

28/9/07 11:34 da tarde  
Blogger Carlos II disse...

teté,

Correcto. O termo de mulher balzaquiana deriva do romance de Balzac "A Mulher de Trinta Anos".

O Flaubert escreveu uma coisa mais sensual, um bocadinho trágica e desligada da realidade com o seu romance "Madame Bovary".

As Bovaryanas, digamos assim, são em parte as mulheres inconformadas com o seu destino.

Gosto delas.

29/9/07 7:59 da manhã  
Blogger Laura disse...

Bem, sempre se disse que cada um tem forma de mudar o seu destino,... Então podem chamar-me de Bovariana sim senhora, só que (a vida é feita de muitos ses)ainda não chegou o meu momento de emancipação...seja da casa, dos filhos e já nem digo do homem,... Mas quando ele chegar, de certezinha que deixarei de ser uma Bovariana, acreditem que sim. serei a primeira a dizer que mudei de estatuto de vida de tudo...
Só que ainda me falta percorrer um certo caminho, e ósosososooooos pois ficarei como a mulher da vida airada!...Ou alguma desvairada, ou Bovariada...

29/9/07 2:45 da tarde  
Blogger Pascoalita disse...

Alkinha,

Atã ker dizer que já não somos "Banzaquianas" mas sim "Bovarianas"?

E nã podemos ser ambas as coisas?

É que já estava tão familiarizada com o título ... :b)

Espero que o dia tenha sido bem produtivo, para assim justificar o levantar antes do canto do galo.

jinho grande

29/9/07 8:05 da tarde  
Blogger Laura disse...

Nina pascoalita, a nina queria ser uma dessas? mas já somos todoas umas desgraçadas de Balzakianas batizadas pelo querido Honoré de Balzac, todo ele de boas falas e más maneiras, mas..já lá deve estar a pensar que foi uma grande asneira chamar-nos Balzakianas a nós e às que nos precederam...

29/9/07 8:31 da tarde  
Blogger Ahlka disse...

Pascoalita, acho que as bovarianas cabem nas balzaquianas. A Mme Boavary não passa dum exemplo de balzaquiana...Penso eu 'de que'...Mas assim cumássim ficamos as 2 coisas :)))
Fui trabalhar sim, mas ainda mal se vê o tampo da minha secretária, vai dar post novo.

Laurita, eu já o fui mas tratei do 'assunto' ;)

29/9/07 9:58 da tarde  
Blogger deep disse...

por acaso figos e fiqueiras são coisas sentidos vários mas nunca as tinha associado a esse lado...Balzaquiano

um abraço sem figos...risos

3/10/07 2:57 da tarde  

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